No coração do restaurante “O Lúdico”, em São Paulo, um novo espaço tem encantado os sentidos e redefinido o conceito de jantar imersivo no Brasil: trata-se de “O Alaric, o Cozinheiro Mágico”, uma criação ousada e inovadora que une alta gastronomia, storytelling e tecnologia audiovisual de ponta. 

O projeto nasceu da colaboração entre o Chef Cadu Alves e o especialista em projeção mapeada Gabriel Branco, da empresa Class TechExperience, e vem se consolidando como uma das experiências sensoriais mais marcantes da cena gastronômica atual.

Um jantar, uma história

O ponto de partida do projeto foi o desejo conjunto de criar algo verdadeiramente fora da caixa. De um lado, Gabriel Branco trazia a bagagem de mais de 10 anos em experiências imersivas e a inspiração em cases internacionais como o “Le Petit Chef”; do outro, o Chef Cadu Alves sonhava em elaborar um menu degustação autoral com elementos da gastronomia molecular.

Com o menu degustação como base, a equipe desenvolveu junta o roteiro, os personagens e todo o conceito narrativo e visual que acompanha a experiência, incluindo as animações 3D, dublagem e trilha.

O resultado dessa parceria é uma narrativa original construída do zero: “Alaric” é um cozinheiro mágico que conduz os participantes por um enredo envolvente, em que cada prato servido representa um capítulo da história. Essa integração entre enredo e gastronomia transforma o jantar em uma jornada mágica e multisensorial — e essa é, justamente, a essência da proposta da Class TechExperience.

Projeções mapeadas e tecnologia de ponta

O objetivo era transformar completamente o espaço — da mesa às paredes — em um cenário que acompanhasse o menu degustação molecular criado pelo Chef Cadu, enriquecendo cada etapa da refeição com estímulos visuais e narrativos. Do conceito até a inauguração foram sete meses de trabalho intenso.

A tecnologia de projeção mapeada é o coração da experiência. Utilizando projetores de curta distância da EPSON e softwares como Blender, Unreal Engine 5, After Effects, Resolume e outros, as imagens são projetadas com alta precisão diretamente sobre as mesas, pratos e paredes, criando uma ambientação completamente transformada.

“Desde a entrada cenográfica por uma lareira falsa até o encerramento com um ritual mágico, cada detalhe foi cuidadosamente planejado”, destaca Lilian Ronchel, CEO da Class TechExperience. 

A projeção também interage com os participantes em momentos específicos da narrativa, promovendo cenas interativas e convidando os visitantes a participarem ativamente da história. Em alguns trechos, elementos de realidade aumentada também ampliam o impacto da experiência.

Desafios e soluções criativas

A criação de um ambiente totalmente imersivo dentro de uma sala convencional do restaurante foi um dos principais desafios do projeto. O espaço, originalmente não projetado para suportar esse tipo de instalação tecnológica, exigiu adaptações estruturais inteligentes e criativas. Ainda assim, a equipe conseguiu montar um sistema robusto e estável, capaz de funcionar com precisão mesmo em um local com alta rotatividade de público.

A experiência conta ainda com integração total entre vídeo, áudio e controle, utilizando protocolos profissionais do mercado AV, como OSC (Open Sound Control), NDI e MIDI, garantindo sincronização em tempo real entre trilha sonora, animações e efeitos visuais.

Reações do público e impacto

O público tem reagido de forma extremamente positiva. Muitos visitantes descrevem a experiência como mágica, surpreendente e até mesmo emocionante. Além do boca a boca, os próprios clientes compartilham imagens e vídeos nas redes sociais, ajudando a impulsionar organicamente a divulgação do projeto.

“Solicitamos feedbacks ao final de cada sessão, e os retornos nos mostram que conseguimos criar uma conexão verdadeira com o público”, explica Lilian. “As pessoas saem encantadas e com uma lembrança física da experiência, o que prolonga a sensação mágica para além do jantar.”

Um vislumbre do futuro

Para a Class TechExperience, o projeto “Alaric, o Cozinheiro Mágico” é apenas o começo. Já existem planos para expandir esse tipo de experiência para hotéis temáticos, salas de aula imersivas, spas e clínicas sensoriais. O próximo passo inclui a incorporação de inteligência artificial, holografia, sensores de movimento e ambientes responsivos, criando experiências ainda mais personalizadas.

“Acreditamos que estamos apenas começando uma nova era da imersão. A holografia, por exemplo, poderá trazer personagens à vida diante dos olhos do público, enquanto a realidade aumentada permitirá estender a experiência para além do espaço físico, conectando o real e o digital de forma natural”, afirma Lilian. “Queremos transformar espaços físicos em portais para outros mundos — onde cada visita se torne uma memória inesquecível.”