Durante muito tempo, as inovações tecnológicas lideraram o rumo da indústria audiovisual. No entanto, nos últimos anos, os verdadeiros motores da mudança têm sido os próprios usuários. A maneira como as pessoas interagem com a tecnologia evoluiu rapidamente, e com isso também mudaram as expectativas em relação a integradores, fabricantes e fornecedores de soluções audiovisuais.

“Hoje os clientes não procuram apenas tecnologia, mas soluções ágeis, escaláveis e flexíveis que se adaptem rapidamente às suas mudanças operacionais”, afirma Paola Vargas Rendón, cofundadora e gerente de marca e novos negócios da Dinámica Tecnológica SAS. Essa empresa colombiana, com 17 anos de trajetória, viveu na prática a transformação do modelo tradicional para um mais consultivo e dinâmico.

Novas demandas, novos modelos

As solicitações já não se concentram unicamente na qualidade do hardware ou na capacidade técnica de uma solução. Agora, o foco está na experiência do usuário, na facilidade de adaptação e na possibilidade de atualização constante. “A flexibilidade é chave em todas as etapas do processo: desde a engenharia até o suporte pós-venda. Daí nasce nossa proposta de valor: tecnologia como serviço, pagamento por uso, suporte personalizado e contratos adaptáveis”, explica Vargas.

Em setores como o corporativo e o educacional, a transformação foi acelerada. Na educação, a pandemia adiantou a adoção de salas híbridas e soluções colaborativas. No setor corporativo, a transformação digital impulsionou a demanda por salas de videoconferência, sinalização digital e soluções touchless. “Isso nos motivou a migrar para modelos de locação tecnológica como DaaS e AVaaS, facilitando o acesso sem grandes investimentos iniciais”, afirma Paola.

Diante disso, a Dinámica Tecnológica desenvolveu seu modelo "As a Service", que permite aos seus clientes alugar tecnologia por 12, 24 ou 36 meses, incluindo suporte técnico, seguros e renovação tecnológica programada.

Essa abordagem não apenas permite manter-se atualizado tecnologicamente sem grandes investimentos, como também responde a uma exigência crescente: a sustentabilidade. “Ao final do ciclo, os equipamentos são reintegrados em processos de doação, recondicionamento ou reciclagem, reduzindo resíduos eletrônicos e reforçando o compromisso ambiental”, destaca Vargas.

Personalização e imersão como padrões

Outra mudança importante diz respeito à busca por experiências mais personalizadas e imersivas. Nesse aspecto, as soluções modulares, os displays interativos e as ferramentas de videoconferência sob demanda tornaram-se aliados fundamentais para que as empresas adaptem a tecnologia ao seu branding e cultura interna.

Para Vargas, isso implica uma evolução no papel dos integradores: “Não basta saber instalar ou configurar um equipamento; nossos técnicos e consultores entendem que seu papel é habilitar experiências fluidas, antecipar problemas e pensar em escalabilidade”. Em outras palavras, o conhecimento técnico deve vir acompanhado de habilidades interpessoais e uma mentalidade centrada no usuário.

Isso exige que os integradores audiovisuais atuem como consultores estratégicos, compreendendo o negócio do cliente antes de oferecer uma proposta.

A personalização já não é mais um diferencial, mas uma expectativa básica. Essa tendência obriga os fornecedores AV a conhecer a fundo cada setor e a contar com equipes capazes de projetar soluções sob medida que respondam a desafios únicos, seja na educação, varejo, saúde, setor corporativo ou entretenimento.

Conectividade e integração: chaves do novo ecossistema AV

Em um mundo cada vez mais interconectado, os sistemas audiovisuais devem falar a mesma língua que o restante do ecossistema digital das organizações. A integração com plataformas como Zoom, Teams, sistemas de gestão empresarial ou ferramentas de análise é fundamental para garantir um fluxo de trabalho eficiente.

Além disso, os clientes valorizam a possibilidade de monitorar e gerenciar seus sistemas remotamente, assim como receber suporte proativo. Isso está impulsionando o desenvolvimento de soluções audiovisuais com conectividade em nuvem, interfaces amigáveis e capacidades de diagnóstico inteligente.

Adaptar-se à velocidade da mudança

A velocidade com que as tecnologias evoluem também representa um desafio. As empresas devem manter-se informadas sobre novas ferramentas, tendências e padrões, ao mesmo tempo que asseguram a escalabilidade e compatibilidade de seus sistemas no futuro.

Isso tem gerado uma crescente demanda por capacitação contínua, tanto para o pessoal técnico quanto para os usuários finais. Empresas que investem em formação e suporte pós-venda estão alcançando melhores taxas de satisfação e fidelização.

Rumo a um modelo colaborativo e humano

A mudança nas expectativas dos clientes também influenciou a cultura interna das empresas audiovisuais. Hoje, o trabalho colaborativo, o pensamento ágil e a formação contínua são qualidades essenciais nas equipes. Soma-se a isso a capacidade de ouvir e se adaptar às novas realidades de cada setor: do entretenimento e da educação, até o varejo ou o turismo.

“Esses 17 anos apoiando empresas em seus projetos tecnológicos nos mostraram que a flexibilidade, a inovação e o trabalho colaborativo são a chave para avançar como corporação”, conclui Vargas.

Seja implementando salas de reunião inteligentes, soluções de sinalização digital dinâmica ou experiências imersivas, o foco deve estar em resolver problemas reais e agregar valor. E esse valor só pode ser construído a partir do entendimento profundo do que os clientes realmente necessitam.

Essas e outras tendências de mercado estarão presentes em nosso programa no Congresso AVIXA, patrocinado pela Ross Video, durante a InfoComm América Latina.

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